Dado à estampa no longínquo mês de Dezembro, agora sim, é tempo do Arabesco.
Noutras eras, os dias do mês não eram identificados por números, mas divididos em três partes: calendas, nonas e idos.
Daí a expressão idos de Março, que corresponde a 15 de Março.
Precisamente.
Aos "inesquecíveis" idos de março o Arabesco, até porque os bailes do Conde do Farrobo perduram e o elegante spleen do jerónimo Condeixa não esmorece.
Por natureza.
"As finuras do espírito e do cigarro desprendem-se, em giros elaborados, contra o azul que o Tejo arroja ao tijolo.
Daquela varanda, ao Bairro Alto, noutros tempos, Jerónimo Condeixa saboreou tréguas de armas, das que usava levar a campo nos torneios do amor.
Um Novembro de lume esplêndido traz as memórias lentas de outros Novembros, que, de catorze que foram, tiveram “todolas sortes de color pêra pintar, verdes e ocres e gialos e pretos”
Sei hoje, por ter visto ao perto, como joga o mecanismo e manobra o enredo.
Uns entram por mor da saída de outros e, enquanto residem, continuam por desvios e avanços, até que não.
Vestem-se de ocasião e passeiam bons predicados, ajeitando as almas.
Suavizam os traços e ataviam-se de rasgos, forjando o futuro com notas preambulares.
Se há ganhos e galhardias, outros pioram males e azares.
Igual é que ninguém sai destes sítios.
Porque a coisa é feita de angústias e apego, de golpe e bravado, mas a vilania de passo com a soberba também fazem parte.
Contendas e intriga, que conjuram malquerenças, a par de fés e fidelidades, que armam boas estimas, entram no combustível da acção.
Domina neste ensemble a lei da variedade.
E é interessante: malfeitorias e êxitos, juntados, engendram movimento.
A Avalon e Venâncio
Brunoventana "
# posted by Minha Rica Casinha @ 19:25