IMAGEM DO DIA

ELES VEEM AÍ

A LEI DE GRESHAM

«É chegado o momento de os políticos competentes afastarem os políticos incompetentes»

«(...) as elites profissionais acordem e saiam da posição , aparentemente cómoda, de críticos da mediocridade dos políticos e das suas decisões e aceitem contribuir para a regeneração da actividade política.»

Cavaco Silva



Agora há que ser consequente...

ENTRA EM CENA

Parece que a próxima "terceira dama" será mesmo um conhecido actor...

A CORVETA SARAGOÇA

Maioria no parlamento, governo de qualidade superior aos anteriores, PR zeloso da estabilidade não chegaram para as insuficiências do PM.

A Corveta Saragoça “dissolveu-se como açúcar numa xícara de chá” (vd. Relance é com Eça – 20.09.04)


crisdovale

AINDA A "REESTRUTURAÇÃO" DO SECTOR ENERGÉTICO

Quanto dinheiro é que o escritório de advogados do Júdice ganha com este processo absurdo e ruinoso do interesse nacional?

Haverá membros do Governo sócios deste escritório de advogados?

Porque é que, mesmo depois do chumbo de Bruxelas ao negócio do Gás, se continua a insistir que a Petrocer entre na Petrogal por "tuta-e-meia"?

Haverá filhos de membros do Governo com interesse neste negócio?


Ricardo Salgado

AREAR O PASSADO ALISANDO O FUTURO

“Nunca pertenceria a um clube que me aceitasse como membro”
Groucho Marx


O compère da companhia “Por aí é que turbina o moinho”, que recentemente se apresentou no teatro das Laranjeiras com a peça “ O Cerne da Ciência é o Acerto”

(vd. “O enredo deita as mãozinhas de fora” – 22.11.04), embora ocupadíssimo com a venda do produto “ O nuclear, fiel amigo de Quioto”, ainda vai arranjando espaço para outra encomenda de monta: a recuperação do mandarim e seus feitos.

Duas ilações, cristalinas, se tiram: à uma, os funcionários de Bruxelas que suspenderam

a festança de mandarim&Magalhães, em ordem à reposição da legalidade, eram parvos; à outra, nesta área não se espera por eleições, antes se vive já em liso e pleno XVII governo constitucional.


crisdovale

INSEGURANÇA NOS E-MAILS

-----Original Message-----
From: HChaves
Sent: segunda-feira, 22 de Novembro de 2004 14:49
To: PSLopes
Cc: PPortas
Subject: Operação Incubadora

Como percebeste, a última proposta que te tínhamos enviado estava aceite. Neste momento em face da outra contraproposta e depois de ter recolhido as sensibilidades das pessoas, quero crer que mais esta iteração na situação política torna a operação inevitável. Relembro que o nosso ponto de indiferença é durante o mês de Dezembro.

Nesta medida e antes de apresentar formal e definitivamente a minha demissão proponho-te que se confirmem os seguintes pressupostos:

1. depois do congresso do PSD, ficou claro que as bases não aceitam a coligação pré eleitoral nos termos acordados entre nós e o PP

2. este sentimento anti-coligação é dominante no PSD e impossível de reverter na conjuntura actual

3. neste caso é “humanamente compreensível” que o PP queira abandonar, desde já, a coligação de forma a poder demarcar-se do PSD (implicando a queda do governo)

4. para evitar este cenário, temos que provocar eleições o mais rapidamente possível onde possamos invocar, ainda que marginalmente, a “necessária vitimização”

5. por outro lado, este é o momento ideal, não estando o PS ainda preparado para disputar eleições

6. pela relação existente entre nós, eu sou a pessoa ideal para despoletar esta situação: sou insuspeito pela nossa relação de amizade e, também por isso, o efeito das críticas será ainda mais amplificado (“até os mais amigos abandonam o governo...”)

7. a fundamentação da demissão não deve deixar margem de manobra ao Presidente, embora eu ache que devemos deixar no ar a hipótese de outros ministros se poderem vir a demitir a seguir (por exemplo, precisamos de colocar aquela carta do José Luís na imprensa rapidamente)

8. o sinal de que esta operação é irreversível é a introdução da “mensagem da incubadora”, no momento que achares mais oportuno

9. tanto o Presidente como o Cavaco desconfiam dos nossos planos, por isso é necessário proceder com especial cuidado, não descurando uma potencial reacção de antecipação de qualquer um deles


Se estiveres de acordo, não respondas a este email que eu actuarei em conformidade.


Abraços,


Henrique

IMAGEM DO DIA

A INCUBADORA E O BEBÉ DAS ESTALADAS *

"Se o autismo não fosse uma coisa séria, dir-se-ia que o bebé se caracteriza pelas imensas estaladas que dá a si próprio, e pela vontade persistente de arrancar os tubos da incubadora. Aliás sempre me irritou a palavra bebé, em particular para designar uma coisa como um governo, porque Bebé era um anão francês , de nome Nicholas Ferry, bobo do Rei Estanislau da Polónia e de que os franceses, com uma crueldade imensa, passaram a usar a alcunha para traumatizar as crianças."

* In Abrupto, 29Nov

PELA NOITE ADENTRO ( O 28 de NOVEMBRO)

Os pardais granizavam:"Quem será este maduro?"


-No dia em que Joaquim Aguiar, no DN,fazia um cotejo interessante dos governos Vasco Gonçalves/Santana Lopes, eis que o maior amigo do último consegue uma nota de pé de página na história contemporânea, ao ilustrar brutalmente o modus operandi dos incompetentes.

-No mesmo dia, Constança Cunha e Sá desvendou,á hora do jantar, que outro ministro, o ministro-Arnaut,não saíu, despedido, por estes dias, por muito pouco.

-Se o PR não parar já com o arraial (já agora convém esperar pelas novas fronteiras), será que é desta vez que o bestial morgado de Gaia arranja uma côdea?

-Com a banca-tripeça a cair, JPP pergunta-se, oliímpico (Abrupto-28.11):"Porque é que nada disto me surpreende?"
Por certo pelas mesmas razões porque nada disto surpreende praticamente ninguém.

-Ainda se consegue ver, a corveta Saragoça.....(vd.A Corveta Saragoça e o Almirante Fitzroy - 29.10)


cristovaodovale

O JUMENTO

"antes quero burro que me carregue do que cavalo que me derrube"

Novo Blog com a recomendação "Rica Casinha"...

O Jumento

TROVA DO TEMPO QUE PASSA

"Perdigão, que o pensamento
Subiu a um alto lugar,
Perde a pena de voar,
Ganha a pena de tormento.
Não tem no ar nem no vento
Asas com que se sustenha
Não há mal que lhe não venha.

Quis voar a uma alta torre
Mas achou-se desasado;
E vendo-se depenado,
De puro penado morre.
Se a queixumes se socorre
Lança no fogo mais lenha
Não há mal que lhe não venha."

Camões premonitório...


brunoventana

LINHA MURUROA

Da França, país elegante de onde nos chegam as bonitas modas, os sensíveis perfumes e os mais gostosos bombons (esses, os do Ambrósio que, pela forma como conduz a Senhora, é ainda da parentela do Mandarim) chega-nos também a ideia nova – o nuclear!



Não é de discutir agora as vantagens e desvantagens da opção. É mas é de aprender o que é a diplomacia económica, a guerra por outros meios. Ou de como os interesses do nuclear conseguiram trazer à baila um assunto que andava há muito esquecido



Devotai, para começar, um olhar pelas sábia terras do Oriente, onde a China, a imensa China, na sua sabedoria milenar, vai empestando o mundo e sugando o petróleo que ainda vai havendo.



A 12 de Novembro, em entrevista ao Diário do Povo chinês, o ministro francês François Loos dizia: “several major cooperation plans of symbolic significance are driving the economic relations between France and China.” Por exemplo (e é de notar o caracter meramente simbólico da coisa) “we plan to jointly develop a new, more advanced nuclear reactor with China.“



Já em Singapura, um pobre fazedor de opinião e trabalhador de uma empresa de comunicação, escrevendo para um dos jornal de maior audiência (Today) dizia “Let’s think nuclear. Many other nations have already chosen to go this route.” E citava Mme. Carin de Villiers, porta-voz da empresa Eskom, que, incidentalmente, está metida num sururu legal por causa de uma central na África do Sul “Nuclear power is clean from an emissions point of view”. Como Jack o Estripador era inatacável, do ponto de vista do furto por esticão.

E em Portugal? Neste doce país filho do sol e de São Tiago, a dança também já começou. Patrick Monteiro de Barros, filantropo e cheio de santa bonomia, perora na capa do Expresso dizendo que o país não pode viver sem três-centraluchas–três, a conta que Deus fez.

Já Cardoso e Cunha, homem consabidamente honesto, amigo do lar, com aquela imaculada e sobejamente conhecida aversão a misturar interesses privados com políticas públicas, referia ao “Público” que defendia a opção do nuclear. “A ideia”, diz o santo homem, "já está a ter seguidores em alguns países europeus, onde se repensa a instalação de centrais nucleares para fazer face à subida do preço do petróleo.”

Só para acamar: quais as relações entre Cardoso e Cunha e o actual secretário de Estado da Ciência, o mesmo que, segundo a imprensa, foi autorizado pelo primeiro-ministro Pedro Santana Lopes a participar em eventuais debates sobre o uso da energia nuclear no país, apesar dela ter sido afastada no pacote de medidas contra a dependência nacional em relação ao petróleo? Vale um doce, linha Mururoa.


Venâncio.

DO QUE SE TRATA

" A historia feita por aqueles que a não sabem"
Fustel de Coulanges


Servir um acepipe talvez um nada sediço, mas condimentado com o perrexil saboroso dos afectos. Não se trata de narcisização impertinente, pois se encontrava a resguardo, conservado no escrínio onde descansam as provas de apreço e as lembranças dos meus gregotins literários.

A voz cariciosa de críticos benévolos impele a titubeante pluma, esfarrapada de intempéries, às suas garabulhas.

Os atavios com enfeites de gala tombam, rajados pelo pico da maresia salina.
Continuaremos, pois, no tablado.


brunoventana

DE FLÔR NA LAPELA

O Vereador Dos Espaços Verdes de Lisboa segue imparável.

À uma é a Avenidade da Liberdade povoada de canteiros com belíssimas flores: ele são azáleas, ele são amores-perfeitos,ele são malmequeres, ele são cíclames vermelhos e brancos, à outra é a defesa de uma ideia magnífica: fechar parte da grande Avenida ao trânsito, revivendo o "passeio público",centro borboteante de beleza e cor e do passarinhar dos leques.

Em frente, Vereador!

"É CHEGADO O MOMENTO"

Cavaco Silva

A meio do Sul de Portugal.....(vd.TOSSEGO A TERMINE - 22.07.04)


brunoventana

DOIS TIROS DE PISTAROLA PARA O AR

"Quizeraos loar el sentimento
Q oprime la cerviz del alma mia..."
Don Manoel de Portugal


O Ministro Chaves,o do "caso Vieira",recentemente recuado para a copa, foi-se e por duas razões:
Naqueles sítios não há "lealdade" e também não há um "mínimo de coordenação".
Até o mimoso das musas!
O ponteiro dos minutos da hora dos incompetentes parece, feroz, ter disparado.


cristovaodovale

AS MONSTRUOSIDADES DO TEMPO E DA FORTUNA

"Calculo que Duarte Pacheco passe horas a arranjar-se diante do espelho antes de aparecer em público.Apesar de impetuoso, este homem tem olhos de serpente: cautelosos, magnéticos, dissimulados."
A. O. Salazar


Ao ver a colecção de personagens alinhada para a iniciativa "Novas Fronteiras", vem a pêlo dizer-se que lhe não manqueja a passada e o arejo.
De facto, nem só de orangos com gravata do Grandela se enchem as salas do futuro desta terra.

Também temos moços de escrivaninha prontos a calcorrear azinhagas semeadas de erros.
Porém, sondando, do grupo, as almas, só duas são verdadeiramente daninhas.


cristovaodovale

NOTAS SOLTAS

- O “´Nha Rica” aumenta, de modo refulgente, o corpo redactorial para a época de Inverno: Trata-se de Venâncio, velho Cartista, o da pluma acerada. O seu rugido era lendário na matula patuleia.


- O Almeidinha das farturas foi no popó do Estado com motorista do Estado para o Congresso de Barcelos. Fino.


- Ana Paula Valente, ex-Paula Costa, sobre Bibi: “ Ele, parecer lento, parecia. Até para o atrasado. Mas, se calhar, só parecia…”


-Jaime Pacheco, a quem se deve aquela da “faca de dois legumes”, atira: “ A comunicação social tem tido uma grande falta de respeito por mim”


- ( Segundo a “Sábado”) Mikahil Markoveia, presidente do clube de futebol os Vermelhos da Moldávia, foi multado em 1500 euros por, em pleno jogo, invadir o relvado ao volante de um jipe e tentar atropelar o árbitro Vilalia Olike, que marcara uma grande penalidade a favor do adversário. O juiz teve de fugir para abancada e o resultado foi uma vitória forasteira por 3-0.

O OLIMPO DOS CEREBRAIS

"Não podemos dar ao operário o pão da terra, mas obrigando-o a cultivar a fé, preparamos-lhe no céu banquetes de luz."
E de Queirós


Quando cingir a acção de perto e largar a efabulação em que chapinha todo patusco, poderá vir a ser um governante de truz.

Tem arcabouço e, mesmor recuado à copa, pode recuperar, quem sabe, umas cascas de culminância e brotar de vez.


crisdovale

COMO NO FUTEBOL DE SALÃO

Arredando-se para a cozinha, um, e para a copa, o outro, é melhor que nada.
Agora o "Feliciano Barreiras" é que valha-me Deus!

SOBREMESA COM BAGO

Depois do castelinho "near Brussels", novamente cupido flechou forte e feio lá no topo do PS.

A alfinetada de luxo vem do mundo do espectaculo.

Chegará um dia o teatro (o autêntico) a S. Bento?

Vamos esperar.


crisdovale

IINSIDE INFORMATION

O humorista Hermann José tem ideias claras : “ Não me parece que Portugal seja uma sociedade homofóbica. A ser assim, cairia parte importante do Governo”

E, continuando o tema : “Pelo menos um terço dos jornalistas portugueses iria para o desemprego”

in “24 Horas” – 24.11

TRIBUNAL PARA URSOS

"Em 1849 um urso foi acusado e julgado na Alemanha por semear o terror entre os habitantes. O julgamento foi anulado, já que alguem alegou que os ursos tinham, por lei,o direito a ser julgados por outros plantígrados"


Nas suas teorizações sobre os escorregadios trilhos da corrupção Soares ainda não chegou aos capítulos em que Carlos Andres Perez, Betino Craxi e Rui Mateus tiveram desempenhos.

Mas vai chegar.

Voando Sobre um Ninho de Cucos*

1.Se já restavam poucas dúvidas, agora dissiparam-se por completo. Soares pai já não funciona bem da pinha. Agora fala em golpes de estado. Diz ele que se não fosse a CE teríamos um novo 25 de Abril. Para nos libertar da corrupta ditadura em que estamos mergulhados. Ouvi hoje alguns minutos duma intervenção pública de Soares e cada frase era mais tonta que a anterior. Soares entrou definitivamente no ramo da anedota. Preocupam-me as ambições políticas do filho. Comigo não contará, nunca. Um voto em João filho de Mário para qualquer cargo público é uma declaração científica de descrença na hereditariedade.

2. Luís Osório, director da Capital, falou ontem num programa da Dois em que jornalistas debatiam o jornalismo. Que confusão vai naquela cabeça. Para Osório, os jornais têm que ser independentes porque se não forem os leitores deixam de acreditar no que lêem. Ou seja, Osório não lê o seu próprio jornal. Mas logo de seguida Osório diz o contrário do que acabara de sugerir. Não pode ser só independente, o jornal deve ser também e sempre um contra-poder. Sócrates que se cuide. Se ganhar as eleições, Osório transformar-se-á no mais fervoroso santanista.

3. Um advogado desconhecido resolveu dar um passo decisivo para a fama. Chama-se Nuno Ribeiro e quer estoirar com a EMEL. Um seguidor de Sá Fernandes, o tal que leva à falência os pequenos comerciantes da zona da Joaquim António de Aguiar e que fez a Câmara de Lisboa perder milhões de euros a troco de publicidade e louvores públicos da intelectualidade patega. Este novo chico-esperto quer simplesmente acabar de vez com a baixa de Lisboa. Imagine-se o que aconteceria ao que resta do comércio no centro se os poucos lugares de estacionamento que ainda sobram estivessem ocupados de manhã à noite pelos funcionários que chegam mais cedo aos escritórios. Imagine-se porque é isso que este senhor espera conseguir. E tendo em atenção a qualidade de alguns juízes que por aí pululam, o homem até é capaz de conseguir um qualquer acto suspensivo da tarifação do estacionamento e deixar definhar a cidade meses a fio enquanto a nossa incompetente e lenta justiça brinca aos papéis.

4. No debate do orçamento, Portas, Sócrates e Cravinho discutiram as receitas do estado. Põe imposto, tira imposto, dá Scut, tira Scut. Estamos tramados. Tanto os que lá estão como os que lá querem estar só pensam em receitas. E o que nós precisamos é de quem corte forte e feio nas despesas. Não se vê ninguém no horizonte que o queira fazer.

Estamos rodeados de inimputáveis.


*jaquinzinho de jcd : 19.11.04

DIA DA FLORESTA AUTÓCTONE

O ENREDO DEITA AS MÃOZINHAS DE FORA

“Um orangotango que na Politécnica dava pelo nome de José Júlio, exemplar raríssimo de cleptómano, ou macaco larápio, mau grado as bestialidades da casta, não era isento de uma tal ou qual sensiblerie. Duma vez tocaram-lhe a Sonânbula. Pôs-se a mexer as orelhas nos duos d´amor.”
F. de Almeida



Em meados do século XIX, o senhor Conde do Farrobo, com o seu aplomb de mecenas, deu aos lisboetas da alta inesquecíveis espectáculos, no teatro do seu palácio, às Laranjeiras.
Depois, com fumos de mistério, o teatro foi pasto de ciumentas labaredas e os ecos dos trechos de ópera italiana e dos arremedos de vaudeville perderam-se para sempre na memória dos belíssimos jardins.

Para sempre?
Não.
Eis que voltam, folgazões, os arremedos de vaudeville!

Subiu de facto à cena, por este Novembro soalheiro, a peça “O Cerne da Ciência é o Acerto”, pela conhecida companhia “Por aí é que turbina o moinho”, servindo de compère o Secretário de Estado da Inovação.

A peça, linha eroto-processual, parece enterrar de vez a tendência de puritanismo teatral, que tentou, em balde, vingar nos últimos tempos.

O êxito, hélas, foi desbotado.

É certo que a casa encheu (a comunidade sorve o vaudeville), mas dos artistas que fizeram história, todos convidados para ataviar as frisas, só figurou o mandarim.
E parece que foi vista rapaziada da Siemens SA Portugal, o que deu ao evento uma certa calînerie.

Mas a coisa não teve assopro.

A plateia apenas se ouriçou ao anúncio, pelo compère, que o mandarim, autor “bem conhecido do povo”, ainda segundo o compère, vai finalmente ter um estúdio condigno para ensaiar as suas peças.

A isto, o público, felizão, deliciou-se. Pois que, assim, de uma forma bem bonita, o desventurado autor (vd. Maroteiras na Aldeia – 18.06.04) vê chegar ao fim o seu calvário.

Razão tinha ele, ao arrebitar-se em Agosto (vd. Veio um Ataque Lá de Fora! Chamem o CLA! – 1.9.04)

À saída, boquejava um espectador, já batido neste género de espectáculos, para um outro menos batido:
“Vês que final sempre se amanhou uma casinha para ele.”

O outro, o menos batido: “Pois amanhou, vê lá tu. Até parece que nesta área dos teatros já estamos no XVII”

“Ah, Ah, Ah “, chalacearam os dois à uma.

Mas, como se disse, foi desbotado o evento. Pois, se nem no “Público” a artigoleira Firmino, saída dos noticiários dos fogos e partes de polícia, sempre tão atenta às coisinhas do teatro, deu sinal…


Lourençobravo

VISTAS NA PAISAGEM

Um blogue de e para todos os que não se recusam a ver aqui e agora. Hoje! não no Portugal de 1500 nem no daqui a 800 anos na "Conchichina"!!!!

Vistas na Paisagem

LISBOA

A maior árvore de Natal da Europa...

A árvore gigante mede 62 metros, o equivalente a um prédio de 20 andares, foi construída por 350 profissionais, pesa 140 toneladas e foi decorada com 2 milhões de lâmpadas, 27 toneladas de cenografia, 320 metros de néon, 17 quilómetros de mangueira luminosas e 8 moving heads.

O DIABO ESTÁ ESCONDIDO NOS PORMENORES

“É sempre muito adiante que se sabe o que ficou para trás”




A mini - remodelação calhou:
Sofia Galvão passou de esfuziote pela Administração Pública, tendo, ainda assim, tido tempo para enredar a crucial reforma iniciada pela antecessora. Vai, agora, sem recomendações aparentes, para a Secretaria de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, lugar que, como se verá em breve, não se dá bem com ensaios (vd.Os avatares na Gomes Teixeira).

Mas, para a Administração Pública, essa, a da crucial reforma, vai Rosário Águas, que “não se estaria a dar bem” no sítio onde estava. Esse motivo, forte, é mesmo o único que se pode arranjar para explicar o trânsito.

Jorge Neto vai entrar para Secretário de Estado Adjunto e dos Antigos Combatentes. Aqui há vantagem, já que o anterior, agarrado para o efeito em circunstâncias especiais, só comparecia no gabinete às terças – feiras, o que sendo alguma coisa não era muito.

Finalmente, dando toque ao acontecimento, entra para o governo o despojado Marco António.

Assim não vamos lá.


cristóvãodovale

"PRESIDENCIAIS"

A não perder no Mar Salgado em 14Nov.

D. LUÍS

“Das três geringonças políticas sobre que assenta a constituição do Estado, a representação popular, a coroa, e a câmara alta, todas ele pesou na sua clara sagacidade de alentejano e de alemão, loiro e sabido.
Posto o seu conhecimento da subserviência e da torpeza dos homens, posto o inabalável conceito em que se tinha, a sua conduta de rei salta de chofre: fazer das duas câmaras rodados para o trono, atrelar-lhes os ministros como bridões esparvonados, e guiar ele mesmo o carro sozinho, mas sans en avoir l`air, e conservando aos cavalos a ilusão de serem eles os cocheiros.”

Fialho de Almeida


brunov

DE GAIA EM PUNHO

“Até ao momento em que o inimigo se lhe tornasse perigoso ou necessário, e urgisse, para montá-lo manso, cingir-lhe ao dorso uma vistosa albarda de ministro”
F. de Almeida


Há nele um mordido pictural que o desatina em permanência.
Pelos solavancos da alma e galgares do espírito depreende-se que não é feliz.
Falta-lhe recompensa e isso é sentido. Daí que, desapontando quem nele vê vislumbres de qualquer coisa, volta não volta vai-se de rompante às gorjas, vociferando por quermesses com uma sede bestial.
Mais pensado e paulatino seria melhor.


BrunoVentana

LÁ VAI A ROLA TODA TOLA

“Santana Lopes é apreciado por muita gente. É o político português que mais votos tem dos cidadãos.
O segundo, por acaso, sou eu”

Luis Felipe Menezes


Dêem qualquer coisa ao homem.


lourençobravo

“O FIM DA AVENTURA”

Não, não é o Graham Greene. É o Professor Vasco Pulido Valente.

O brilho do percebimento é o mesmo.

(vd. Público de 19.11.04)

AO BRUNO V

“Eu fiz um pacto com o tempo:
nem ele me persegue,
nem eu fujo dele.
Um dia a gente se encontra.”



LourençoBravo

CristóvãodoVale

Novos links...

O Insubmisso e Chaves Livre

A DONA DOS TOIROS E AS PORTAS ABERTAS

Prenúncio do retorno do mandarim, ese, o do pagode, a sua Promotora Oficial da Divulgação Científica no Território Português (vd. Depois das Janelas eles querem fechar as Portas - 22.06) já volta a entrar nas praças com os ademanes gracis de dona dos toiros.


"Uma semana para mostrar o que se faz em Portugal

Instituições científicas, museus e universidades vão abrir portas segunda-feira para a oitava edição da Semana da Ciência e da Tecnologia, que conta já com quase meio milhar de actividades gratuitas agendadas para todo o país.

Até 28 de Novembro, o objectivo da iniciativa, promovida pela Agência Ciência Viva (de promoção da cultura científica), é mostrar a ciência que se faz em Portugal e quem são os nossos investigadores, sob o lema "mais ciência e mais viva".

A semana enquadra o Dia Nacional da Cultura Científica, que se assinala quarta-feira, em homenagem ao nascimento do professor Rómulo de Carvalho, divulgador de ciência e poeta com o pseudónimo de António Gedeão.

"Portas abertas das instituições científicas, universidades, museus e centros de ciência, sessões de filmes científicos, exposições, debates, cafés de ciência são exemplos de oportunidades de contacto directo do público, em particular dos jovens, com os investigadores", indica uma nota de imprensa.

As acções previstas em todo o país são de acesso livre e gratuito, estando agendada para terça-feira a apresentação da Semana da Ciência e da Tecnologia aos deputados da Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura.

"Neste momento estão contabilizados cerca de 426 eventos, mas ainda está aberta a participação de todas as instituições interessadas", disse à Agência Lusa Rosália Vargas, directora da Ciência Viva.

Partindo dos resultados de uma sondagem recente da Marktest, que revelou que nove em casa dez jovens gozam os tempos livres em centros comerciais, a Agência Viva, em colaboração com o Centro Comercial Vasco da Gama, vai ao encontro destes jovens e das famílias com um conjunto de actividades simples durante toda a semana.

Porque é que há Inverno e Verão ou como é que os nossos sentidos se apercebem do frio e do calor são algumas das questões que serão respondidas através de pequenas experiências a realizar no âmbito desta iniciativa.

O investigador português Manuel Paiva, da Universidade Livre de Bruxelas e que trabalha com a Agência Espacial Europeia (ESA), também se junta às comemorações e desafia os estudantes do ensino básico e secundário para a Física.

Quarta e quinta-feira estão marcadas duas sessões da iniciativa "A Ciência faz bem à saúde", dirigida a crianças hospitalizadas a partir dos 6 anos.

O Pavilhão do Conhecimento, em colaboração com os departamentos educativos do Hospital Fernando da Fonseca -Amadora Sintra (quarta-feira) e do Hospital D. Estefânia (quinta-feira), vai levar actividades científicas a crianças que só assim podem participar.

Sexta-feira, dia 26, será realizado o 1/o Campeonato Nacional de Jogos Matemáticos, no Pavilhão do Conhecimento, com a participação de estudantes de todo o país.

Além disso vai estar patente no Pavilhão do Conhecimento a exposição "Pensar e Fazer -Engenharia para os mais novos", que resulta de dois concursos para as escolas lançados pelo Centro de Estudos em Inovação, Tecnologia e Políticas do Desenvolvimento, do Instituto Superior Técnico, no âmbito da exposição "Engenho e Obra - Engenharia em Portugal no séc. XX"."

in Lusa

OS AVATARES NA GOMES TEIXEIRA

“Quando um homem qualquer não tem que fazer, e receia por um resto de pudor passar por vadio, mete-se em político.”

L. A. Palmeirim


O lugar que vai vagar na equipagem do Governo, por mor de uma promoção a espião, não se compadece com contrabandos de experiências e qualidades. É lugar para um fino. Precisa-se, se não se aprontar verdadeira clairvoyance , ao menos gusto e bravado. Para a cabotagem a um nome parecia bem que se escolhesse pessoa que tivesse experimentado “ The Mozart effect”.

Trata-se, como sabemos por Alfred A. Tomatis, de um alegado aumento do desenvolvimento cerebral que ocorre em crianças com menos de três anos quando ouvem música daquele compositor.

Apenas audácia, ignorância e ociosidade, é trilogia que, muito embora dans le vent, não bonda.

Aguardemos então.


lourençob

A HISTORIA ANIMADA

“Eram os jogos e fallas antrelles tam a meude, mesturados com beijos e abraços e outros desemfadamentos de semelhante preço, que fasia a alguuns ter desonesta sospeita de sua virgindade ser por elle mingoada”

Fernão Lopes (Chronica de D. Fernando)


brnoventana

GALA DE BARCELOS

“ Homem, isso não é música, é um boi que saltou a trincheira do sol! Ora queira embolar-se, amigo Pratas, e fazer o favor de seguir o que lá está.”
Fialho de Almeida


Arrancando uma arcada frissonante, em que à mistura de arroubos adolescentes com sebenta de finanças se juntou a justa medida do palco, um Menem doublé de Espadinha atiçou a rustilhada nas bancas da alfurja.

Já se tinham visto ondas maiores e com mais sal por aqueles sítios, mas esta, ainda assim, engrossada pela ideação embevecida dos mais fracos, teve berro e recorte.
Cativado o auditório, a reminiscência do aplauso esbateu-se com as horas, de entorno à ressaca dos cépticos, e já se desvanece a rêverie de glórias por atacado em tons de azul fósforo.

Foi um caso de momento.


brunoventana

JERÓNIMO NA MONTANHA RUSSA

“ La théorie de la valeur est la règle des esprits civilisés, et qui la méconnaît apparaît comme un être inférieur, stupide ou déraisonnable. »
E. Lepelletier (Justice dans l´art)


O “Nha´Rica”, que acertara em “Jerónimo o último índio” (7.10), errou em “Os Patos e os Cisnes”(11.10).

Afinal sempre é o Jerónimo.
O seu nome é que “tem receptividade”.
Nas profundidades do Partido.
Em Álvaro Cunhal, “um dos últimos auscultados”.
E no público em geral
A fossilização retoma, vigorada, a sua carreira rumo ao beco, classificando-se, agora, em “O Avante”, pela pena do antifascista Urbano Rodrigues, a liderança de Carvalhas como “um desvio de direita”.

Nas tertúlias leninistas, que as há, a questão do momento é saber o que vai acontecer ao trio da linha mais conservadora da ponta mais à extrema do núcleo mais duro do grupo mais ortodoxo da corrente mais leninista do morganho dos mais puros: Domingos Abrantes, José Casanova e Vítor Dias.

É que, se forem removidos, quem sabe se daqui a alguns anos, em “O Avante” e ainda pela pena do bom do Urbano, também ele, o Jerónimo, não vem a ficar para os arquivos como um desviante “de direita”.


lourençobravo

O ENTREMEZ DA DESLEMBRANÇA

“Couard alude a un ademán psicológico del animal temeroso: el de la hipocresia que simula valor en el momento de cometer el acto cobarde”
Leo Spitzer (Estúdios Hispânicos)


O maior embusteiro de trinta anos em democracia, o governante mais falto de carácter, o tortulho daninho, reemergiu, como surgem os répteis, exibindo as conhecidas escamas babosas sob a franja.

Depois de outros movimentos, moles e manhosos, assoma, enfim, à luz do dia, o lâche.

Bacharelou, o promíscuo da política e dos media, sobre a “política reality show”.
Tartamudeou, o servidor dos interesses, sobre dependências.

A Plateia não se mostrou chocada. Não se riu, ao menos. Parece, até, que aplaudiu.
Sempre foi mal-agradecida, a luta da memória contra o esquecimento, mas ao ficar inerte diante de tamanha sem vergonha, a Plateia exibiu a indignidade dos frouxos e a cobardice dos rasteiros.

E o que quer, afinal, o invertebrado?
Quer ser Presidente.

Trata-se de um exercício muito violento.


(Ver a este propósito: António Barreto “Guterres.Outra vez?” – Público de 14.11)


brunoventana

SENSIBLERIE

“Diriam todos em frase marinhesca, que em todo o mar salgado não havia nau de melhores manhas” (Sermões – VIII, 3)


O Governo vai baldear-se de lancha para bordo da “Sagres”.
Arteiro, troca pelo das gaivotas os grasnados da matula que, apelintrada, fica no cais a ver a barcagem.

Sanhudo, destecendo os fios do sofisma que o Tejo engenha, o povinho, ainda assim em alva expectativa, esperará dos mandantes naviculares um bouquet de ideias frescas, com pico de maresia.

Pois não vieram sempre dos lados do mar as letras amenas dos nossos fados?
Assim é que, sempre peristáltico, agora em perístase, o vulgo esperará, de Pedrouços à Bica do Sapato, que o húmido Neptuno, lá de riba, rase as nequícias do nosso Outono político.

A natureza marinhática da curvatura governativa pode ser o arrimo que faltava para unhar, com chispa, o porvir.

E, talvez que o porta-voz desta açuda nautilóide, acabada a faina, venha ao cais dizer, como Diogo Bernardes (em O Lima): “ Não te darei ouriços espinhosos, sabes, Ninfa, por quê? Porque receio que piquem esses teus dedos mimosos.”

O Governo na “Sagres”

Será um novo estilo de vida?

Não é certo, que mais o será, pelo lusco-fusco, voltar à muito sua corveta Saragoça (vd. A corveta Saragoça e o Almirante Fitzroy – 29.10)


brunoventana

CABANA NAS DUNAS

“O tempo é a teia de que sou ao mesmo tempo a aranha e a mosca”
Jacques Lesourne


O emergente Silva Pereira, passado Secretário de Estado do Ordenamento do Território e pensado Ministro do Ambiente, deixou obra feita nas dunas de Montegordo.

(vd. no “ Público”, de 9.11, “ Exercício repugnante”)

ESPLENDOR NA RELVA

“A contemplação é a mais alta forma de actividade”

Aristóteles



Irreverente e prendada, no aprumo dum voo lindíssimo, a águia ofereceu um banquete de luz.

Que bonito é o jogo da bola.

(o gang “errar é humano”, esse, não tirou folga: mais – vd. “Não se refreia e silvam”, 3.11 - um penalty e agressão grosseiros ficaram impunes)


brunovent

O MANDARIM E O CERN , UM CASO DE FATIAS E CROQUETES

Vale tudo mesmo tirar olhos...

A não perder no Anarca Constipado.

AS ENGRENAGENS DISSOLVENTES

“In a world of pretence, a pretender is the best thing you can be”
The Barefoot Contessa

“…dans les mouvements de leurs tendres ardeurs,
Les bêtes ne sont pas si bêtes que l´on pense. »
La Fontaine


O director da TVI, debitando para um jornalista da casa feito parede de bater bolas, explicou que o espaço em que trabalham “é um modelo de independência e liberdade”.
Continuando, sem rir, anunciou que vai assinar mais o presidente Paes um papelinho em que a tal independência e a tal liberdade vão ficar preto no branco.

Estavam portanto no lusco-fusco.

O que ficou claro é que daqui em diante a principal ideia do Paes é deslombar o Moniz e que a principal ideia do Moniz é deslombar o Paes.

O folhetim promete, já que às personagens não falta lustro.
Um, o Moniz, apesar das tais saburras que lhe atraiçoam a linha, tem audiências, tem aliados e é telhudo.

O outro, o Paes, ensaia a fanfarronia poseuse de quem está levemente enfadado, mas isso não chega. Teve a habilidade de, no caso Marcelo, fazer convergir em si todos os coices que não levam sobrescrito.
Isso, porque se pôs numa posição em que nem as mentiras escondem os defeitozinhos de carácter.
E, sobretudo, porque para se picar a florete “seleccionou” o prof. Marcelo.
Não foi, de facto, finório.

O professor esperou uns tempos e, arrecadado o álibi, numa tarde memorável de espectáculo, torcendo-se de gozo o “alta autoridade”Portela, presenteou o auditório com a demonstração de que o comportamento do presidente da TVI se revelava, como diria J. Azevedo de Castelo Branco, “(…)um produto da sua natureza, criado na impostura, gerado na intrujice com muitos modinhos.”

Os imprevistos deste enredo vão certamente depender da evolução das “providências urgentes” reclamadas pela abrupta entrada em cena do grupo Bertelsmann/ RTL …


Cristovaodovale

NÃO SE REFREIAM E SILVAM

“Hoje assusta, como uma iniquidade, que se mexa em seres que engordam, inactivos e incapazes, incrustados nas legações como bivalves numa ostreira bem adubada.”
J.A.Castelo Branco


O gang “errar é humano” não desaperra.
Na sequência das “infelicidades de sentido único” (vd. PORTUGUESINHOS VALENTES – 25.10), desta vez avançou um tal de Duarte Gomes, que em Barcelos espanejou miudezas e mostrou préstimo: 2 (dois) penalties, 2 (dois), linha servofreio.


brunovent