Minha Rica Casinha
31.3.07
European Union's 50th birthday party
Charlemagne
Few people cared about the European Union's 50th birthday party. But apathy has its consolations
Few people cared about the European Union's 50th birthday party. But apathy has its consolations
crisdovale
Foguetes do espírito
Chama-se São José Almeida e tem espaço no Público.
De lápis na poupa da frente, atira do pico da mioleira pérolas de filosofia politica que flamejam numa lustrosa pirotecnia de foguetes do espírito. Isto, aos sábados.
Quem é, e ao que vem?
Não terá grande importância, mas uma coisa mostra: pinotes, até os simples os dão.
crisdovale
Irão ou não irão
Operação militar americana contra Irão começaria em Abril
Os anúncios são tantos que...
Entretanto, Tony Blair determinado a isolar Teerão ;
Blair quer libertação imediata dos soldados detidos no Irão ;
Ahmadinejad: Lack of apology shows British arrogance;
Britain and Iran raise the stakes
Timeline: UK-Iran stand-off
How can the stand-off be ended?
cridovale
Temperar e servir a ideia
«E a cada talher correspondiam seis garfos, todos de feitios dissemelhantes e astuciosos — um para as ostras, outro para o peixe, outro para as carnes, outro para os legumes, outro para a fruta, outro para o queijo.
Os copos, pela diversidade dos contornos e das cores, faziam, sobre a toalha mais reluzente que esmalte, como ramalhetes silvestres espalhados por cima de neve.
Mas Jacinto e os seus filósofos, lembrando o que o experiente Salomão ensina sobre as ruínas e amarguras do vinho, bebiam apenas em três gotas de água uma gota de bordéus Chateaubriand, 1860.
Assim o recomendam Hesíodo no seu Nereu, Díocles nas suas Abelhas. E de águas havia sempre no Jasmineiro um luxo redundante — águas geladas, águas carbonatadas, águas esterilizadas, águas gasosas, águas de sais, águas minerais, outras ainda, em garrafas sérias, com tratados terapêuticos impressos no rótulo...
O cozinheiro, mestre Sardão, era daqueles que Anaxágoras equiparava dos Retóricos, aos Oradores, a todos os que sabem a arte divina de «temperar e servir a Ideia»: e em Síbaris, cidade do Viver Excelente, os magistrados teriam votado a mestre Sardão, pelas festas de Juno Lacínia, a coroa de folhas de ouro e a túnica milésia que se devia aos benfeitores cívicos.
A sua sopa de alcachofras e ovas de carpa; os seus filetes de veado macerados em velho madeira com puré de nozes; as suas amoras geladas em éter, outros acepipes ainda, numerosos e profundos (e os únicos que tolerava o meu Jacinto), eram obras de um artista, superior pela abundância das ideias novas — e juntavam sempre a raridade do sabor à magnificência da forma.»
Eça de Queirós
bvtana
Por la misma rázon
Sustento en fin lo que escribi y conozco
Que aunque fuera mejor de otra manera,
No tuvieran el gusto que han tenido
Por que as veces lo que és contra el justo
Por la misma rázon deleita el gusto.
Lopo de Vega
Arte Nueva de Hacer Comedias
bvtana
O Ramfis Trujillo de pacotilha e o MCTES
E o menino Arouca a passear-se de Porsche (produto do assalto?) no parque da "Universidade Independente", à vista dos alunos que foram roubados e dos telejornais...
O que neste enredo obsceno importava esclarecer era se, ao longo dos anos, nunca o Ministério da Cìência tinha notado nada de anormal naquela "Universidade".
Não houve inspecções, queixas, informações, denúncias, ou seja, não houve acção inspectiva e fiscalizadora?
O que agora aparece à vista de todos é, na sua crueza, um assalto continuado. Tinha tudo para ser reparado.
crisdovale
"Quem foi Euclides?"
« (...)
Cardoso Pires - Tive professores como o Câmara Reis, de Literatura, que era um bom professor. Mas era um bom professor não para um Liceu, mas para uma Universidade. Ele partia do princípio de que toda a gente já sabia o mínimo. E 90% não sabia.
J.C. Amarante - Portanto dava aulas para níveis mais avançados...
Cardoso Pires - A mim, esse professor deu literatura e foi um deslumbramento.
J. C. Amarante - Porquê?
Cardoso Pires - Porque ele falava de autores de que eu nunca tinha ouvido falar. Lembro-me muito bem que nessa altura (eu já tinha 15 anos), li o grande escritor da minha vida, o Ferreira de Castro. Foi um contacto que me transformou. Já estava farto de Bernardim Ribeiro.
J. C. Amarante - Houve outros professores?
Cardoso Pires - Sim, no 6º ano tive a sorte de encontrar um professor de Matemática, muito temido, chamado Alberto Beirão, que chumbava cavalarmente. Mas havia um grande respeito por ele. Quando aparecia numa turma, ficava tudo com medo porque, para começar, dava logo uma vassourada. Esse professor gostava muito de falar de História da Matemática e isso interessou-me. Eu não terminei o curso de Matemática por causa de duas cadeiras.
J. C. Amarante - Mas houve um outro professor de Matemática?
Cardoso Pires - Sim, houve. E era muito parecido com o Prof. Alberto Beirão. Ao explicar uma coisa, ele dizia, por exemplo, «este teorema foi inventado por Euclides. Quem foi Euclides?». Aquilo embalava as pessoas. De maneira, que pela primeira vez, tive notas razoáveis.
(...) »
José Cardoso Pires
(in Noesis-nº46-ABR/JUN 1998)
bruno ventana
Lança o olhar ao longe e ao largo
«(...) a umas cinquenta milhas da cidade (de Lisboa) , subindo o rio, fica o ópido de Santarém, de grande antiguidade e muito famoso de entre diversos outros ópidos da Lusitânia. A seu respeito, Plínio testemunha que foi a quinta colónia lusitana e que outrora lhe deram o nome de Praesidium Julium. A nossa gente chama-lhe hoje Santarém. A seu respeito os interessados pelas coisas antigas encontrarão muitos dados no nosso Resende.
Porque está localizado no cimo de um monte muito alto, lança o olhar ao longe e ao largo por uma extensa planície, que é dividida ao meio pelo Tejo e cuja terra apresenta extrema fertilidade, pois leva vantagem a todas as outras, por tal modo que escassos trabalhos agrícolas asseguram todos os anos, em vales reduzidos, inacreditáveis quantidades de trigo; a tamanha fertilidade do solo não ficará mal associar um dado, embora dizê-lo a muitos possa parecer difícil de acreditar: é que sessenta dias após ter sido começada a sementeira os cereais num curto período de tempo ficam grados, ceifam-se bem maduros, malham-se e, se for caso disso, moem-se.»
Damião de Goes
(Elogio da cidade de Lisboa)
guido sarraza
Porque está localizado no cimo de um monte muito alto, lança o olhar ao longe e ao largo por uma extensa planície, que é dividida ao meio pelo Tejo e cuja terra apresenta extrema fertilidade, pois leva vantagem a todas as outras, por tal modo que escassos trabalhos agrícolas asseguram todos os anos, em vales reduzidos, inacreditáveis quantidades de trigo; a tamanha fertilidade do solo não ficará mal associar um dado, embora dizê-lo a muitos possa parecer difícil de acreditar: é que sessenta dias após ter sido começada a sementeira os cereais num curto período de tempo ficam grados, ceifam-se bem maduros, malham-se e, se for caso disso, moem-se.»
Damião de Goes
(Elogio da cidade de Lisboa)
guido sarraza
Sumptuous is the word
"It was really beautiful - I think only the Latin-Americans still do it that way: all the military officers were in full-dress uniform, and the ambassadors were in court dress. Sumptuous is the word, and sparkling.
As we entered, George made a bee-line for this gorgeously crimson-clad figure, and said, "Excuse me, but may I have the pleasure of this dance?"
There was a terrible silence for a moment before the guest, who knew who he was, replied, "There are three reasons, Mr. Brown, why I will not dance with you. The first, I fear, is that you have had a little too much to drink. The second is that this is not, as you seem to suppose, a waltz the orchestra is playing but the Peruian natinal anthem, for which you should be standing to atention. And the third reason why we may not dance, Mr Brown, is that I am the Cardinal Archbishop of Lima... "
(Peter Paterson - "The Life of Lord George Brown")
bventana
As we entered, George made a bee-line for this gorgeously crimson-clad figure, and said, "Excuse me, but may I have the pleasure of this dance?"
There was a terrible silence for a moment before the guest, who knew who he was, replied, "There are three reasons, Mr. Brown, why I will not dance with you. The first, I fear, is that you have had a little too much to drink. The second is that this is not, as you seem to suppose, a waltz the orchestra is playing but the Peruian natinal anthem, for which you should be standing to atention. And the third reason why we may not dance, Mr Brown, is that I am the Cardinal Archbishop of Lima... "
(Peter Paterson - "The Life of Lord George Brown")
bventana
De pirómano a bombeiro num ápice
"Vós notais commo ele traz a capa revolta sobre o braço, a modo de toureador, que quer dar cutilada provando forças no toutiço do boy..."
Apólogos (pag 225)
E um relatório dos custos para o país dos momentos governativos do sr. presidente do Tribunal de Contas?
Sob os auspícios do inesquecível Guterres, foi considerado o melhor governante post 25 de Abril da área da Educação pela ... FENPROF (e agregados). Já como titular das Finanças, a mais elementar caridade leva a não esmiuçar, mas lá que, tudo junto, um tal relatório teria condimentos para impressionar, lá isso ele teria.
crisdovale
30.3.07
Daqueles pátrios montes
Já a vista, pouco e pouco, se desterra
Daqueles pátrios montes, que ficavam;
Ficava o caro Tejo e a fresca serra
De Sintra, e nela os olhos se alongavam;
Ficava-nos também na amada terra
O coração, que as mágoas lá deixavam;
E, já depois que toda se escondeu,
Não vimos mais, enfim, que mar e céu.
Daqueles pátrios montes, que ficavam;
Ficava o caro Tejo e a fresca serra
De Sintra, e nela os olhos se alongavam;
Ficava-nos também na amada terra
O coração, que as mágoas lá deixavam;
E, já depois que toda se escondeu,
Não vimos mais, enfim, que mar e céu.
Luís de Camões
guido sarraza
Séjour charmant
Un port est un séjour charmant pour une âme fatiguée des luttes de la vie. L'ampleur du ciel, l'architecture mobile des nuages, les colorations changeantes de la mer, le scintillement des phares, sont un prisme merveilleusement propre à amuser les yeux sans jamais les lasser. Les formes élancées des navires, au gréement compliqué, auxquels la houle imprime des oscillations harmonieuses, servent à entretenir dans l'âme le goût du rythme et de la beauté. Et puis, surtout, il y a une sorte de plaisir mystérieux et aristocratique pour celui qui n'a plus ni curiosité ni ambition, à contempler, couché dans le belvédère ou accoudé sur le môle, tous ces mouvements de ceux qui partent et de ceux qui reviennent, de ceux qui ont encore la force de vouloir, le désir de voyager ou de s'enrichir.
Baudelaire
Baudelaire
guidosarraza
Frisa de balcão
"Quand l´on ignore, ce n´est rien
Quand on le sait sait c´est peu de chose"
De longe vê-se melhor o filme:
http://dn.sapo.pt/2007/03/29/economia/reforma_socrates_e_a_mais_radical_un.html
crisdovale
O panorama desanuvia-se
«(...) quando Carlos Pereira, que integrou a mesa dessa noite, o desafiou a candidatar-se a Presidente da República, afirmando que votaria nele. Como político experiente, Santana Lopes não disse nem que sim nem que não nem que nim... mas a verdade é que não disse que não... »
(P. Laranjeira-in Perspectiva-30.3)
«Faço nudismo em casa»
(Odete Santos in Sol-34.3)
crisdovale
29.3.07
No desenho do esquema
"Assim pensavam os monstros sagrados de Vailland, o militar Laclos, o aventureiro Casanova, Gallois, o matemático, o cardeal de Bernis e essoutro de que ninguém fala, Louvet de Couvray, alma e corpo de Faublas - todos, em suma, libertinos no moderno sentido da palavra, que tinham do mundo uma concepção progressiva, fria e experimental e que viam na contradição das regras e dos interesses a boa oportunidade de se aplicar um conjunto de azares e de golpes meditados com destino a minar e render a praça inimiga.
Assim pensava, e muito antes deles, o português D. Luis da Cunha (1662-1740), autor das Instruções a Marco António de Azevedo Coutinho, breviário racionalista para uso de todo o bom governante, em que se faz testamento solene de muitas regras do grando jogo, os respectivos interesses e alianças, e se fala dos «subterrâneos por onde estas se pretendem conseguir para se contraminarem»
Minar, contraminar... No desenho do esquema está o êxito da partida."
José Cardoso Pires
brventana
The inveteracy
«There were few parts of Spain and none of Portugal where a French horseman could travel unescorted. At every defile there was the danger of a guerrilla ambush.
(...)
Into this inhospitable cul-de-sac he [Napoleon] had to pour more than half a million French soldiers. He presented Britain with the support of two bitterly angry nations living in countries where a peasant with a knife was more than a match for a sentry with a musket, where a desperate band of roughly armed men could overpower a platoon of French veterans. The inveteracy of the Spanish and Portuguese peoples was so great that it compensated for the difference on size between the French and British armies.»
(...)
Into this inhospitable cul-de-sac he [Napoleon] had to pour more than half a million French soldiers. He presented Britain with the support of two bitterly angry nations living in countries where a peasant with a knife was more than a match for a sentry with a musket, where a desperate band of roughly armed men could overpower a platoon of French veterans. The inveteracy of the Spanish and Portuguese peoples was so great that it compensated for the difference on size between the French and British armies.»
The Peninsular War 1807-1814
Michael Glover
Michael Glover
crisdovale
28.3.07
The watchful eye and the strong arm
«As the Roman, in days of old, held himself free from indignity when he could say 'Civis Romanus Sum' [I am a Roman citizen], so also a British subject in whatever land he may be, shall feel confident that the watchful eye and the strong arm of England will protect him against injustice and wrong.»
Henry John Temple,Viscount Palmerston
Henry John Temple,Viscount Palmerston
brunoventana
Unclear
Possible U.S. strike on Iran
'Ridicule' tactic The BBC's Paul Reynolds looks at British moves
Limited options
'Need to think'
An Iranian view on the stand-off
Sombre mood on HMS Cornwall
Iran's intentions unclear
Tense backdrop
Limited options
'Need to think'
An Iranian view on the stand-off
Sombre mood on HMS Cornwall
Iran's intentions unclear
Tense backdrop
"WASHINGTON DC -- The long awaited US military attack on Iran is now on track for the first week of April, specifically for 4 AM on April 6, the Good Friday opening of Easter weekend, writes the well-known Russian journalist Andrei Uglanov in the Moscow weekly "Argumenty Nedeli." Uglanov cites Russian military experts close to the Russian General Staff for his account.
The attack is slated to last for twelve hours, according to Uglanov, lasting from 4 AM until 4 PM local time. Friday is a holiday in Iran. In the course of the attack, code named Operation Bite, about 20 targets are marked for bombing; the list includes uranium enrichment facilities, research centers, and laboratories."
The attack is slated to last for twelve hours, according to Uglanov, lasting from 4 AM until 4 PM local time. Friday is a holiday in Iran. In the course of the attack, code named Operation Bite, about 20 targets are marked for bombing; the list includes uranium enrichment facilities, research centers, and laboratories."
crisdovale
A História vista de longe
Read no history: nothing but biography, for that is life without theory.
Benjamim Disraeli
Ike e JFK em Camp David
crisdovale
27.3.07
O segredo da importunidade
«Todo o português popular é um reformador impaciente. Não há atitude que não avalie, serviço que não comente, governança que não desconheça, ingratidão que não ouse, para maior desembaraço das suas aptidões. Estas podem não ser famosas, mas constituem a soma dum profundo sentido de perseverança e de sacrifício. Quando o mundo se super-humanizar, lá estará o português para achar natural o que acontece, e portanto necessitado de reforma, e por conseguinte de diálogo. O último homem sobre a terra terá de ser um português que duvida do que é natural e que se indisciplina perante a consumação dos séculos.
Há raças mais dinâmicas, outras mais brilhantes; mas nenhuma outra possui o segredo da importunidade que estimula, desassossega, altera, contradiz e, no entanto, não chega a ser violência. Dizei-lhe que a vida é um dom, que o trabalho é uma honra, que o homem é uma criação maravilhosa - e ele, ou vos acha hipócritas, ou ocos e delirantes. Os princípios «a piori» não lhe merecem respeito, e prefere analisar os seus pequenos problemas quotidianos, a obstinar-se na seriedade ou atrofiar-se na eloquência que é a mãe da burla. Ele sabe que a pior injúria é enobrecer a desgraça. Ele sabe que a pior opressão é dar rosto prazenteiro às realidades sinistras.»
Agustina Bessa-Luís
crisdovale
À la manière de la glace
« Ce livre, s’il brûle, ne peut brûler qu’à la manière de la glace.»
Baudelaire
CHODERLOS DE LACLOS (1741-1803)
C'est dans les salons de Grenoble et particulièrement à Voreppe, qu'il trouva les principaux personnages de son roman : "Les liaisons dangereuses."
Madame de Merteuil fut inspiré de Madame de Montmaur, épouse de Henri-François d'Agoult. La demoiselle de Blacons, du château de Voreppe, fut Cécile de Volanges. Le vicomte d'Agoult aurait également été le modèle du vicomte de Valmont et la marquise de Blacons, celui de Madame de Rosemonde.
( Roman de l'intelligence qui consacre la suprématie de l'esprit; La lutte entre Valmont et la marquise a donc pour enjeu orgueilleux la maîtrise de soi, la victoire sur la passion et sur la jouissance.)
(www.site-magister.com/laclos.htm)
guido sarrasa
Ganha
Anúncio será feito amanhã - Nogueira Pinto vai abandonar Câmara de Lisboa
Considerando o salientismo de quem sai e a serena competência de quem entra, a Câmara não perde com a troca. Ganha.
crisdovale
Errando
Vai estando bonito o dia, muito feito para errar por uma pequena vila, estendendo-se como uma curva da lua em torno de uma calma enseada.
guidosarraza
Dá conta, regista e passa à frente
Em Portugal as coisas não acontecem, acontecem-se.
Ruben Leitão
crisdovale
Do meu Doiro transmontano
Em pintura moderna admiro Picasso, Siqueiros, Orozco e Portinari. Tiro o chapéu a Euclides da Cunha e a Machado de Assis. Gosto de música, particularmente de Bach. Mas do que gosto a valer, é de calcorrear os montes do meu Doiro transmontano e os pauis do Mondego para a caça de perdizes e narcejas.
Miguel Torga
crisdovale
Miguel Torga
crisdovale
26.3.07
O caos e a lógica
Si la vie réelle est un chaos, en revanche une terrible logique gouverne l'imagination.
Oscar Wilde
crisdovale
Valeu a pena
Só para assistir ao incómodo da meia dúzia de luminárias do regime por causa do resultado de um concurso - como se eles fossem os donos das consciências dos outros graças à sua suposta "superioridade" democrática ou intelectual - já valeu a pena.
crisdovale
António de Oliveira Salazar
"Sei muito bem o que quero, e para onde vou!"
António de Oliveira Salazar
Eusábio Furtado
António de Oliveira Salazar
Eusábio Furtado
Etiquetas: Salazar
25.3.07
Tatoros
«Tatoros, que quer dizer formiga preta. Formiga preta, porque incómoda»
Timor:Reinado não se entrega e quer «continuar a respirar»
crisdovale
Tem um nome
O gajo
Ressentido com Cavaco Silva por mor de Mário Soares, Vasco Pulido Valente dá em zurzir no primeiro (Publico-25.3), ao ponto de contar que o segundo "costumava falar", nos seus tempos áureos em Belém, da "adesão" como uma "oportunidade perdida".
Por culpa (subentende-se que exclusiva) do gajo.
Depois de, na sexta-feira passada, ter ido em amigo socorro do "Paulo", temos, hoje, um desagravo contra um "pequeno espírito", em nome da grandeza de espírito de alguém que deixou para a história destes bocados d´oiro: "(...) Até porque, «mais importante que ser primeiro-ministro, mais importante que ser Presidente da República, mais importante que ser deputado é ser Mário Soares».
Em relação ao período da vida portuguesa em causa, em vez de descuidadas opiniões de tertúlia, fiquemo-nos antes com a análise objectiva e serena dos historiadores justamente consagrados:
« (...) Pergunta- De uma forma simplista, diz-se que o "cavaquismo" se dividiu em dois períodos: a um primeiro tempo atribuem-se todas as virtudes; a um segundo, concedem-se todos os malefícios.
Resposta- Não houve dois períodos. Houve primeiro que normalizar o país, ou seja, aproximá-lo do modelo de sociedade dos Estados do Ocidente: liquidar o peso do sector público na economia; fazer as privatizações; pôr termo às ambiguidades sobre a propriedade da terra e acabar com as UCPs; desnacionalizar os media ( a imprensa, a rádio, a televisão) ; modernizar o sistema fiscal que tinha trinta ou quarenta anos; restaurar o sistema financeiro; baixar a inflação e o deficit do Estado; aumentar o rendimento médio dos portugueses e o poder de compra das populações; modernizar as vias de comunicação e as telecomunicações; garantir a cobertura hospitalar; aumentar a escolaridade obrigatória; restaurar o parque escolar; restabelecer o ensino tecnico profissional, destruído pela revolução; aumentar o acesso ao ensino superior...
Pergunta- E por aí fora...
Resposta- E por aí fora. Ou seja, fazer em Porugal o que, na essência, fora feito na Europa entre 1948 e 1973.
Em circunstâncias muito mais desfavoráveis, porque esses vinte e cinco anos foram para os países Europeus e para os Estados Unidos, os anos de maior expansão historicamente registados
Pergunta- Conclusão do cavaquismo?
Resposta- Primeiro, as acusações que eu rejeito: que ele promoveu o compadrio, o clientelismo e promoveu o "Estado Laranja"; que misturou os negócios com a política. Esses são defeitos estruturais da sociedade portuguesa, que não podem ser atribuídos ao dr Cavaco. A nossa mais antiga literatura politica acusa todos os Governos do mesmo. Muito limitou ele os estragos.
Pergunta -Que país deixou (Cavaco Silva) ?
Resposta - Com todos os erros, acabou por deixar um país mais moderno, mais igualitário e, apesar de tudo, um país um bocadinho mais preparado para se aguentar no mundo.(...)
Pergunta -E o dr Mario Soares, nisto tudo?
Resposta - Não teve importância alguma. A história destes dez anos podia-se ter escrito sem uma única referência ao dr Soares, excepto pela dissolução da Assembleia da República em 1987.Eu suspeito mesmo que o dr Mario Soares gostaria que o dr Cavaco lhe sucedesse, para preservar o prestígio do cargo. Se lhe sucedesse uma nulidade, o papel na história do primeiro Presidente da III República ficaria automaticamente desvalorizado. Ao passo que uma presidência do dr Cavaco valorizava a presidência do dr Soares.»
(Da entrevista de Maria João Avillez a Vasco Pulido Valente
in publico-magazine, nº259/26.2.95)
crstovaodovale
El horizonte
El horizonte es tu cuerpo,
el horizonte es mi alma.
Llego a tu fin: más arena.
Llegas a mi fin: más agua.
Juan Ramón Jiménez
el horizonte es mi alma.
Llego a tu fin: más arena.
Llegas a mi fin: más agua.
Juan Ramón Jiménez
guidosarraza
24.3.07
"A palavra do chefe não passa além do rio"
«(...) Há alturas em que me chego a perguntar se não estaremos a caminhar para uma situação, onde, qualquer dia, nos teremos de interrogar se quem governa é o Governo ou são os tribunais.
(...) Primeiro, temos essa moda recente do uso e abuso das providências cautelares, a propósito de tudo e mais alguma coisa.
(...) Poderá argumentar-se que isso é um direito que assiste a todos e que cabe depois aos tribunais avaliar a falta de fundamento das pretensões e condenar em custas os litigantes de arribação. Mas o que se tem visto, ao invés, é que em numerosos casos os tribunais dão provimento às providências, desse modo bloqueando as leis ou regras administrativas que o Governo pretende implementar. Ao fazê-lo, em muitos casos, eles já não estão a julgar a legalidade de determinada situação face ao regime jurídico definido pelo Governo, no uso das suas competências próprias: estão antes a julgar da bondade politica das próprias medidas do Governo, escudando-se para tal apenas na opinião pessoal de cada juiz, remetendo para a interpretação de uma Constituição que serve para tudo e mais alguma coisa. O efeito prático que daqui resulta é que determinadas politicas do Governo em funções, algumas das quais revestindo carácter de urgência, podem ficar obstruídas ou adiadas indefenidamente, à espera que um tribunal resolva em definitivo se concorda ou não concorda com a politica do Governo.
Ora, seguramente que não cabe aos tribunais avaliar o mérito das políticas governamentais.
(...)
Noutro domínio, várias decisões judiciais recentes vieram invadir zonas de autonomia alheias, pretendendo, de forma absurda e imponderada, uniformizar juridicamente coisas que são diferentes, sempre à luz de uma interpretação literal e fundamentalista de uma infeliz Constituição que, usada dessa forma, pode tornar tudo ingovernável.
É o caso das já faladas decisões admitindo a nova época de exames a alunos que as regras do ME tinham excluído. Não está em causa saber se as regras são ou não justas e boas: está em causa que, não ofendendo elas direitos fundamentais (ninguém é excluído do ensino ou proibido de ir a exame...), os tribunais deveriam abster-se de intervir. De outro modo, ainda acabarão a decidir se um aluno com menos de 10 deve ser reprovado e se não é inconstitucional limitar o acesso às Universidades com a regra do "numeus clausus".
É o caso das também já aqui faladas providências cautelares que, dando razão aos reclamantes, determinaram que as aulas de substituição (em que um professor disponível na escola é chamado a substituir outro que faltou ao serviço), só podem ser impostas se forem pagas como trabalho extraordinário. Independentemente de estas sentenças contrariarem, de forma até chocante, o interesse público óbvio e evidente, elas intrometem-se directamente nas regras de funcionamento interno e da organização de trabalho que, aplicadas a todo o sector público e também privado, teriam como resultado infalível a paralisia ou a bancarrota do país. E porquê, em nome de quê? Porque três ou quatro juízes, na solidão dos seus gabinetes, se acham mais qualificados para decidirem como deve ser feita a gestão das escolas e dos professores?
(...)
Há um provérbio moçambicano que diz: "A palavra do chefe não passa além do rio". Sugiro que os nossos juízes meditem nele.»
Miguel Sousa Tavares
Expresso-24.4
crisdovale
(...) Primeiro, temos essa moda recente do uso e abuso das providências cautelares, a propósito de tudo e mais alguma coisa.
(...) Poderá argumentar-se que isso é um direito que assiste a todos e que cabe depois aos tribunais avaliar a falta de fundamento das pretensões e condenar em custas os litigantes de arribação. Mas o que se tem visto, ao invés, é que em numerosos casos os tribunais dão provimento às providências, desse modo bloqueando as leis ou regras administrativas que o Governo pretende implementar. Ao fazê-lo, em muitos casos, eles já não estão a julgar a legalidade de determinada situação face ao regime jurídico definido pelo Governo, no uso das suas competências próprias: estão antes a julgar da bondade politica das próprias medidas do Governo, escudando-se para tal apenas na opinião pessoal de cada juiz, remetendo para a interpretação de uma Constituição que serve para tudo e mais alguma coisa. O efeito prático que daqui resulta é que determinadas politicas do Governo em funções, algumas das quais revestindo carácter de urgência, podem ficar obstruídas ou adiadas indefenidamente, à espera que um tribunal resolva em definitivo se concorda ou não concorda com a politica do Governo.
Ora, seguramente que não cabe aos tribunais avaliar o mérito das políticas governamentais.
(...)
Noutro domínio, várias decisões judiciais recentes vieram invadir zonas de autonomia alheias, pretendendo, de forma absurda e imponderada, uniformizar juridicamente coisas que são diferentes, sempre à luz de uma interpretação literal e fundamentalista de uma infeliz Constituição que, usada dessa forma, pode tornar tudo ingovernável.
É o caso das já faladas decisões admitindo a nova época de exames a alunos que as regras do ME tinham excluído. Não está em causa saber se as regras são ou não justas e boas: está em causa que, não ofendendo elas direitos fundamentais (ninguém é excluído do ensino ou proibido de ir a exame...), os tribunais deveriam abster-se de intervir. De outro modo, ainda acabarão a decidir se um aluno com menos de 10 deve ser reprovado e se não é inconstitucional limitar o acesso às Universidades com a regra do "numeus clausus".
É o caso das também já aqui faladas providências cautelares que, dando razão aos reclamantes, determinaram que as aulas de substituição (em que um professor disponível na escola é chamado a substituir outro que faltou ao serviço), só podem ser impostas se forem pagas como trabalho extraordinário. Independentemente de estas sentenças contrariarem, de forma até chocante, o interesse público óbvio e evidente, elas intrometem-se directamente nas regras de funcionamento interno e da organização de trabalho que, aplicadas a todo o sector público e também privado, teriam como resultado infalível a paralisia ou a bancarrota do país. E porquê, em nome de quê? Porque três ou quatro juízes, na solidão dos seus gabinetes, se acham mais qualificados para decidirem como deve ser feita a gestão das escolas e dos professores?
(...)
Há um provérbio moçambicano que diz: "A palavra do chefe não passa além do rio". Sugiro que os nossos juízes meditem nele.»
Miguel Sousa Tavares
Expresso-24.4
crisdovale
Vá falar com o D. Pedro
Instado a pronunciar-se sobre a última de Mário Soares, Jorge Sampaio mandou-o falar com o D. Pedro.
crisdovale
23.3.07
Indeterminação intrínseca
«(...) ... não respondeu. Recordava agora, um pouco desconcertado, o que o seu amigo cientista tinha acrescentado quando conversavam sobre o caos e suas regras: que um elemento básico da mecânica quântica era que o homem criava a realidade ao observá-la. Antes dessa observação, o que verdadeiramente existia eram todas as situações possíveis. Só ao olhar, a natureza se concretizava, tomando partido. Havia, portanto, uma indeterminação intrínseca da qual o homem era mais testemunha que protagonista. Ou, clarificando o assunto, ambas as coisas em simultâneo: tão vítima como culpado. (...)»
Arturo Perez-Reverte
O pintor de batalhas
brunoventana
"...eu não estou disposto a acompanhar a manada para o outro lado da cerca..."
«Na passada semana, o mundo escutou uma confissão. Será necessário relembrar? Khalid Sheikh Muhammed, que a CIA capturou em 2003, confessou uma longa lista de crimes que o transformam facilmente no maior terrorista da história. Segundo o próprio, Khalid foi o responsável supremo pelos atentados do 11 de setembro de 2001. Foi o executor material do jornalista Daniel Pearl, decapitado no Afeganistão em 2002. Foi o responsável pelo primeiro ataque ao World Trade Center, corria 1993. E, por vontade sua, tencionava repetir as proezas nos quatro cantos do globo, se Washington não tivesse chegado primeiro.Infelizmente, Washington chegou primeiro e a maioria dos comentadores não perdeu um minuto de tempo a escutar as palavras da Khalid. As palavras do homem não merecem "credibilidade" porque as condições da captura, da prisão e do interrogatório viciaram o resultado final.
Eu não tenciono contestar a sabedoria e as absolutas certezas dos comentadores. E, em voz baixa, também confesso que não compro toda a história de Khalid, um evidente psicopata (e criminoso) que, com a pena de morte à frente, deseja partir deste mundo embrulhado na mortalha do heroísmo e do martírio.Mas, em voz ainda mais baixa, eu não estou disposto a acompanhar a manada para o outro lado da cerca: o lado que transforma Khalid numa vítima do sistema "imperial" americano, incapaz de matar uma pulga e subitamente forçado a inventar tenebrosas ficções. Existe uma diferença entre acreditar em tudo, acreditar em alguma coisa e não acreditar em coisa alguma.Essa diferença tem sido ignorada desde o 11 de setembro de 2001 e Nick Cohen, jornalista britânico e um homem de esquerda, enfrenta o problema em livro recente ("What's Left? How Liberals Lost Their Way"): com a queda do Muro de Berlim em 1989 e o triunfo das economias de mercado sobre as variantes planificadas que apenas produziram miséria e tirania, as consciências "liberais" (ou seja, as consciências mais à esquerda) procuraram uma nova bandeira que as servisse. A bandeira foi rapidamente encontrada e erguida contra os Estados Unidos, independentemente dos atos praticados por Washington.Se os Estados Unidos não agiam (como sucedeu, ao início, com os dramas do Timor antes da independência), Washington era acusado de isolacionalismo criminoso. Se os Estados Unidos agiam (como sucedeu no Afeganistão contra uma quadrilha reconhecidamente fanática), Washington era acusado de intervencionismo criminoso. Por ação, por inação -- o Mal tinha sempre nome e endereço.E se falamos de Mal, falamos de Bem por contraste. Para Cohen, a falência do "socialismo real" não implicou apenas a demonização da América. Implicou a tolerância, e muitas vezes o apoio explícito, a ditadores ou terroristas que muito apropriadamente não falavam inglês. Contra a América, Saddam servia. Contra a América, o Taleban servia. Contra a América, Bin Laden servia. Porque os inimigos dos meus inimigos, meus amigos são. Ou não?Nick Cohen recusa essa idéia infame e termina o ensaio com pergunta curial e até pessoal: como podem estas esquerdas recuperar a decência, depois da longa dança com ditadores e torcionários? A resposta, sem grande imaginação, talvez passe por separar as águas. Ou, mais especificamente, por não deitar fora o bebê com a água do banho.Por incrível que pareça ao fanatismo anti-americano que anda por aí em festa, nas ruas de Londres, Damasco ou S. Paulo, é possível criticar a América de Bush, a inutilidade de Guantánamo, os erros do Iraque e a política externa dos "neoconservadores" sem necessariamente convidar terroristas ou psicopatas para jantar lá em casa. Quando Khalid Sheikh Muhammed confessou o que confessou, a resposta do auditório não é rir de tudo. É perguntar, com prudência e ceticismo, que parte do espetáculo pode ser verdade.»
João Pereira Coutinho,
Folha de S.Paulo
crisdovale
Os marcadores essenciais
Correio do leitor:
«A Europa é feita de cafetarias, de cafés. Estes vão da cafetaria preferida de Pessoa, em Lisboa, aos cafés de Ódessa frequentados pelos gansgsters de Isaac Babel. Vão dos cafés de Copenhaga, onde Kierkegaard passava nos seus passeios concentrados, aos balcões de Palermo. Não há cafés antigos ou definidores em Moscovo, que já é um subúrbio da Ásia. Poucos em Inglatera, após um período em que estiveram na moda no século XVIII. Nenhum na América do Norte, para lá do posto avançado galiciano de Nova Orleães. Desenhe-se o mapa das cafetarias e obter-se-á um dos marcadores essenciais da "ideia de Europa"»
G. Steiner
("A ideia de Europa", 2005)
crisdovale
It´s up to him
Bagehot - “Stalinist ruthlessness” is the last thing Gordon Brown wants to be known for. It's up to him whether he is
crisdovale
Graças a Deus
«É a técnica habitual de Santana Lopes, tão habitual como quem respira. Na enésima entrevista “da vida” que deu, ele que diz que permaneceu sempre calado durante estes dois anos, como o ouvimos dizer quase todas as semanas destes últimos dois anos, usou desta técnica no seu discurso à saciedade. Marques Mendes? O líder do PPD-PSD seu antecessor nunca irá pronunciar-se sobre o líder seguinte, mas que Marques Mendes é uma nulidade na oposição, isso é. E é mais isto e isto e isto, mas, sobre Marques Mendes, não direi nada por razões éticas. A Câmara de Lisboa e Carmona Rodrigues? O Presidente da Câmara anterior nunca dirá nada sobre o seu sucessor, mas que ele é um mero técnico que não fez nada, lá isso é verdade. E é isto e isto e aquilo, mas não direi nada sobre ele por razões éticas. Sobre mim como político? Nunca direi nada, os outros que julguem, mas que, depois de Cavaco, fui eu que fiz mais obra desde o 25 de Abril, lá isso fui. E fui mais isto e fiz mais aquilo, mas nunca ninguém me ouvirá a gabar-me do que fiz. Graças a Deus.»
10:50 (JPP) - in Abrupto
crisdovale
22.3.07
Soltar Amarras
Realiza-se no próximo Sábado, dia 24 de Março, exactamente um mês após o primeiro, o «II CRUZEIRO ATLÂNTICO AZUL - SHIPS & THE SEA
crisdovale
Não podiam ignorar
«Os que justificavam as suas decisões com o argumento de que as pessoas são mais importantes do que os números não podiam ignorar que são os números que determinam como, quando e em que escala as pessoas podem ser protegidas, beneficiadas e defendidas em situações de risco.
Ao aceitarem confundir a descida da taxa de juro e a estabilidade da moeda única como factores que permitiam o aumento da despesa pública, estes protagonistas políticos agravaram a dependência da sociedade portuguesa em relação aos fluxos distributivos e condenaram ao fracasso qualquer estratégia de modernização no padrão da globalização competitiva.»
Joaquim Aguiar
(Fim das ilusões/Ilusões do fim)
crisdovale
Ao aceitarem confundir a descida da taxa de juro e a estabilidade da moeda única como factores que permitiam o aumento da despesa pública, estes protagonistas políticos agravaram a dependência da sociedade portuguesa em relação aos fluxos distributivos e condenaram ao fracasso qualquer estratégia de modernização no padrão da globalização competitiva.»
Joaquim Aguiar
(Fim das ilusões/Ilusões do fim)
crisdovale
Mais de o Pimpão
Santana ajuda Sócrates
Esta pulsão de "travar combates" (que só tem paralelo noutro papo d´anjo da democracia que é João Soares) traz à lembrança o Pimpão, de que falava Fialho:
"...o mesmo não sucedia a pimpão, que em raça de gato, era o mais poseur de quantos bichanos inda em minha vida aturei. Ele arremetia nas conversas onde não era chamado, ia molhar as patas na caçarola do jantar..."
crisdovale
La supuesta inminencia
«La supuesta inminencia de un nuevo comunicado de ETA flota en el ambiente político vasco desde hace semanas. La tradicional preferencia de la banda por aprovechar fechas simbólicas o señaladas para dar a conocer públicamente sus mensajes acrecentó los rumores de que podría ver la luz esta semana. Otros medios apuntan al Aberri Eguna -un clásico de cada año - como el momento que elegirían los terroristas para pronunciarse. Pero nadie espera ya demasiado de la banda. «Será más de lo mismo, pura palabrería», aventura un dirigente peneuvista, que cree que los emplazamientos de la izquierda abertzale a la responsabilidad del resto de partidos para que accedan a negociar su propuesta de autonomía vasco-navarra sólo revelan su propia impotencia ante la nula intención de la organización armada de renunciar a la violencia de forma definitiva.
De hecho, hace menos de dos semanas delegaciones de PNV y EA mantuvieron una reunión con representantes de la formación ilegalizada de la que sacaron conclusiones poco alentadoras. Igual que en los tres encuentros anteriores de los jeltzales con Batasuna tras el atentado del 30 de diciembre, el partido de Josu Jon Imaz les exigió que rechacen la violencia como condición previa para entablar un diálogo con contenidos políticos. «Por primera vez se dice exactamente lo mismo en público y en privado», comentan en el PNV.
Ayer mismo, el presidente del EBB emplazó a Arnaldo Otegi a que reúna «el coraje y la audacia» necesarios para decir «de una vez» que la violencia de ETA «no tiene sentido» y que «bajo ningún pretexto» se puede recurrir a ella para lograr objetivos políticos. Imaz respondió así a las declaraciones del líder radical el martes en Catalunya Radio, donde aseguró que es un «error» buscar la independencia desde la lucha armada. «¿Y el derecho de autodeterminación? ¿Y Navarra? ¿Se pueden buscar desde la lucha armada?», se preguntó Imaz, para recalcar ante su auditorio que son precisos gestos más «explícitos» desde la izquierda abertzale.
El último guiño de Otegi -el portavoz de Batasuna se ha prodigado en ellos desde el 30 de diciembre- ha generado diversas interpretaciones en círculos políticos, ninguna demasiado entusiasta. Los socialistas vascos le conceden «poco valor» porque «no va acompañado de una apuesta clara por hacer política respetando la ley» y lo enmarcan más bien en claves de tipo interno -para «aglutinar a su mundo» - o electoral, una percepción que comparten en Ezker Batua. Según el portavoz de la 'tercera pata' del Gobierno vasco, Mikel Arana, son «un ejercicio de pragmatismo en un intento claro por allanar el camino» hacia las urnas. »
(in www.Elcorreodigital.com/vizcaya/)
crisdovale
The easiest thing
21.3.07
Aos poetas
Somos nós
As humanas cigarras!
Nós,
Desde os tempos de Esopo conhecidos.
Nós,
Preguiçosos insectos perseguidos.
Somos nós os ridículos comparsas
Da fábula burguesa da formiga.
Nós, a tribo faminta de ciganos
Que se abriga
Ao luar.
Nós, que nunca passamos
A passar!...
Somos nós, e só nós podemos ter
Asas sonoras,
Asas que em certas horas
Palpitam,
Asas que morrem, mas que ressuscitam
Da sepultura!
E que da planura
Da seara
Erguem a um campo de maior altura
A mão que só altura semeara.
Por isso a vós, Poetas, eu levanto
A taça fraternal deste meu canto,
E bebo em vossa honra o doce vinho
Da amizade e da paz!
Vinho que não é meu,
mas sim do mosto que a beleza traz!
E vos digo e conjuro que canteis!
Que sejais menestreis
De uma gesta de amor universal!
Duma epopeia que não tenha reis,
Mas homens de tamanho natural!
Homens de toda a terra sem fronteiras!
De todos os feitios e maneiras,
Da cor que o sol lhes deu à flor da pele!
Crias de Adão e Eva verdadeiras!
Homens da torre de Babel!
Homens do dia a dia
Que levantem paredes de ilusão!
Homens de pés no chão,
Que se calcem de sonho e de poesia
Pela graça infantil da vossa mão!
Miguel Torga
guidosarraza
As humanas cigarras!
Nós,
Desde os tempos de Esopo conhecidos.
Nós,
Preguiçosos insectos perseguidos.
Somos nós os ridículos comparsas
Da fábula burguesa da formiga.
Nós, a tribo faminta de ciganos
Que se abriga
Ao luar.
Nós, que nunca passamos
A passar!...
Somos nós, e só nós podemos ter
Asas sonoras,
Asas que em certas horas
Palpitam,
Asas que morrem, mas que ressuscitam
Da sepultura!
E que da planura
Da seara
Erguem a um campo de maior altura
A mão que só altura semeara.
Por isso a vós, Poetas, eu levanto
A taça fraternal deste meu canto,
E bebo em vossa honra o doce vinho
Da amizade e da paz!
Vinho que não é meu,
mas sim do mosto que a beleza traz!
E vos digo e conjuro que canteis!
Que sejais menestreis
De uma gesta de amor universal!
Duma epopeia que não tenha reis,
Mas homens de tamanho natural!
Homens de toda a terra sem fronteiras!
De todos os feitios e maneiras,
Da cor que o sol lhes deu à flor da pele!
Crias de Adão e Eva verdadeiras!
Homens da torre de Babel!
Homens do dia a dia
Que levantem paredes de ilusão!
Homens de pés no chão,
Que se calcem de sonho e de poesia
Pela graça infantil da vossa mão!
Miguel Torga
guidosarraza
A tomada de Olivença
« português que é português tem de chatear um espanhol pelo menos uma vez»:
http://jornaldeolivenca.blogs.sapo.pt/
crisdovale
20.3.07
Os intemporais
Every day you may make progress. Every step may be fruitful. Yet there will stretch out before you an ever-lengthening, ever-ascending, ever-improving path. You know you will never get to the end of the journey. But this, so far from discouraging, only adds to the joy and glory of the climb.
Winston Churchill
30 de Novembrode 1874 - 24 de Janeiro de 1965
crisdovale
Winston Churchill
30 de Novembrode 1874 - 24 de Janeiro de 1965
crisdovale
Atravessando o Tejo
«...com ser o País rico em frutos em gados em ouro em prata e em muitos outros metais, todavia a maior parte deles, renunciando a viver da terra, passam a vida no banditismo e numa guerra contínua de uns com os outros ou, atravessando o Tejo, com os seus vizinhos (...).
.. estavam os montanheses nesta anarquia, como é natural,visto que vivendo miseravelmente e possuindo poucos haveres, apeteciam o dos outros. E como estes, para se defenderem deles, fatalmente descuravam as suas próprias tarefas de tal modo que, em vez de agricultarem a terra, também andavam continuamente em guerras.
Assim, acontece que a terra abandonada perdeu frutos que cresciam espontâneos, e ficou povoada de malfeitores.»
Anaximandro de Estrabão
- Geografia III, 3,5
crisdovale
19.3.07
Sinal de navegação
A História das Forças Armadas confunde-se e é indissociável da História de Portugal.
As Forças Armadas constituem uma instituição estruturante da identidade nacional, um elemento fundamental da soberania nacional e um instrumento essencial da componente externa da política de defesa.
Importa que a população portuguesa saiba que as nossas Forças Armadas têm demonstrado um profissionalismo exemplar, tanto no plano interno, no âmbito das missões de soberania, exercendo a defesa militar do território nacional e em outras missões de interesse público, procurando o bem estar das populações, como nas missões externas em que têm estado envolvidas, prestigiando o País e contribuindo para o reforço da sua posição no plano internacional.
Considero da maior relevância o reforço da coesão e do prestígio da instituição militar, objectivo que, em permanência, deve merecer atenção prioritária de todos os responsáveis políticos.
Como Comandante Supremo, desejo manifestar publicamente o meu reconhecimento e profundo apreço pelo papel que as Forças Armadas têm desempenhado na preservação dos valores nacionais e da nossa identidade como Nação.
O futuro das Forças Armadas será também, certamente, indissociável do futuro de Portugal.
As Forças Armadas constituem uma instituição estruturante da identidade nacional, um elemento fundamental da soberania nacional e um instrumento essencial da componente externa da política de defesa.
Importa que a população portuguesa saiba que as nossas Forças Armadas têm demonstrado um profissionalismo exemplar, tanto no plano interno, no âmbito das missões de soberania, exercendo a defesa militar do território nacional e em outras missões de interesse público, procurando o bem estar das populações, como nas missões externas em que têm estado envolvidas, prestigiando o País e contribuindo para o reforço da sua posição no plano internacional.
Considero da maior relevância o reforço da coesão e do prestígio da instituição militar, objectivo que, em permanência, deve merecer atenção prioritária de todos os responsáveis políticos.
Como Comandante Supremo, desejo manifestar publicamente o meu reconhecimento e profundo apreço pelo papel que as Forças Armadas têm desempenhado na preservação dos valores nacionais e da nossa identidade como Nação.
O futuro das Forças Armadas será também, certamente, indissociável do futuro de Portugal.
crisdovale
Pontuar
Défice público português ficou nos 3,9 por cento do PIB em 2006
O que é notável, tanto mais que, se "há vida para além do défice", aquém ela é bem dificil.
crisdovale
O Pimpão, de novo
Sexta-feira, sai e faz um novo partido; domingo, fica e candidata-se a líder.
Esta disponibilidade traz à lembrança o Pimpão, de que falava Fialho:
"...o mesmo não sucedia a pimpão, que em raça de gato, era o mais poseur de quantos bichanos inda em minha vida aturei. Ele arremetia nas conversas onde não era chamado, ia molhar as patas na caçarola do jantar..."
crisdovale
18.3.07
Até parece
CDS: Nogueira Pinto diz ter sido agredida por deputado
O CDS como nunca se viu
Será o fim de um partido?
Ouvindo e percebendo o que se passou no Conselho Nacional do cds-pp, apenas ocorre perguntar se àquela gente passa pela cabeça que o país espera dela alguma coisa?
Às vezes, até parece.
crisdovale
17.3.07
Al andar
Caminante, son tus huellas
el camino y nada más;
Caminante, no hay camino,
se hace camino al andar.
Al andar se hace camino,
y al volver la vista atrás
se ve la senda que nunca
se ha de volver a pisar.
Caminante, no hay camino,
sino estelas en la mar.
el camino y nada más;
Caminante, no hay camino,
se hace camino al andar.
Al andar se hace camino,
y al volver la vista atrás
se ve la senda que nunca
se ha de volver a pisar.
Caminante, no hay camino,
sino estelas en la mar.
Antonio Machado
guidosarraza